6.7.16

começando uma nova aventura : maratona nr.5 - NYCMarathon!



E com esse e-mail, começa uma nova historia... Serão 16 semanas de treinamento, muito suor, de muito amor e ódio com a corrida, de muita expectativa!!! Sim amiguinhos, eu consegui o "quase" impossível: eu fui sorteada pra correr a maratona de Nova York!!

Aí vc do outro lado da telinha se pergunta, "tá, e daí?" E eu te digo. senta que lá vem a historia!!

A maratona de NYC tem toda uma magia em volta de si. Ela é uma major(isto é: uma das 6 maiores do mundo),  cheia de história (olha aqui: Wikipedia), mega concorrida. Isto é: ou vc se qualifica, ou vc compra um pacote turístico, ou vc corre através de fundraising ou vc é sorteado na loteria(leia-se: eu!!!).

Tudo começou em 2014, quando um grupo de amigos na brincadeira decidiu que seria bárbaro uma corrida de todo o pessoal aqui da Europa juntos, na época abriram-se as inscrições pra maratona de Berlim(também uma major e sonho de muitas pessoas!). Todo mundo se inscreveu. No final, 3 foram sorteados. O sonho começou...
Aí já lá em Berlim, amiga Iana e eu comecamos a confabular. Nos aproximamos muito nesses últimos anos, cada qual com sua história e trajetória na corrida. A corrida nos uniu e a paixão por viajar para correr. Lá mesmo contei pra ela que NY era meu próximo destino. Custasse o que custasse. E lá decidimos que nos inscreveríamos juntas no sorteio. Berlim estava sendo uma experiência tao magica pra nós duas que queríamos muito repetir a dose. E se não saísse no sorteio? Entao compraríamos o tal pacote de viagem. Nossa vontade de viver novamente um momento como aquele era muito grande!

Abriu-se o sorteio. Inscrevemo-nos. Esperamos ansiosamente pelo tal dia do sorteio. E ele chegou.
Logo pela manha ela já me ligou antes de ir pro trabalho, pra compartilhar a tal ansiedade que sentia. Eu tb estava ansiosa mas, com o dia cheio de trabalho, tarefas, malas pra empacotar(era véspera de viagem pro Brasil!) e um jantar pra cozinhar pra amigas queridas.
O dia foi passando, varias mensagens e nada do tal e-mail. Numa das conversas, lembrei que uma amiga que foi sorteada descobriu, quando recebeu a cobrança automática no cartão de credito. E durante o dia, nada de e-mail nem de sms de cobrança do cartão... Estava com jeito que não seria desta vez com a loteria...

A noite chegou e, eu estava na maior animação preparando o jantar e aperitivando com as  meninas, quando olhei a msg no celular. Iana perguntando "Amiga, vc TB recebeu a msg da sua operadora do cartão??". Na hora bateu uma tristezinha... Eu não tinha nenhuma mensagem de cobrança. Aliás, não tinha mensagem nenhuma além da dela. Meu primeiro pensamento foi de imensa felicidade por ela, meu segundo? Ah, que droga! Eu seria a amiga invejosa! kkkkk

Mas, como eu ainda tinha a opcao do pacote, tirei aquilo momentaneamente da cabeça.  O importante naquele momento era o jantar. E a alegria continuou por aqui. 6 garrafas de espumante mais tarde, fui buscar a sobremesa e, sei lá porque, dei mais uma olhadinha no celular. E lá estava ela!!! A cobrança do cartão. 347US$. Eu tinha sido sorteada!!!!!!!!!!!!
Uma alegria infinita tomou conta de mim. O sonho estava começando! Reviveríamos mais aquele momento de maratona juntas! Eu voltei gritando histericamente pra sala e, obviamente ninguém entendeu nada.
Continuei gritando e pulando feito uma louca "Eu vou pra NY Eu vou pra NY!!" E todo mundo olhando com aquela cara "Tá, e daí? Vc pode ir a qq momento pra NY." "Mas eu não vou apenas pra NY, eu vou CORRER a maratona de NY! Eu fui sorteada! Entre milhões de candidatos!" E foi uma explosão de alegria! Dá uma olhada no nível...

No dia seguinte acordei com aquele e-mail. O e-mail da alegria. Amigos, eu não era mais a amiga invejosa. Eu sou a amiga sortuda!! NYC, me aguarde! Eu vou correr todos os seus bouroughs, vou fazer muita foto, muito snap! Mal posso esperar pelo encontro de amigos que irá rolar por lá. Dessas coisas épicas, que acontecem uma vez na vida. Ou duas e até quem sabe três ou mais...
Let the training begin!


19.6.16

Das coisas que acontecem...


Nao tem outra alternativa, sabe? Quem me acompanha lá nas mídias sociais que sou mais ativa(IG, o Snap...) ficou sabendo que eu estava curtindo férias de boa e de repente... pá! Acabou-se o que era doce. Um simples camarão e um movimento meio besta tiraram Schatz e eu de circulação.
Depois de vários anos, finalmente conseguimos tirar férias "de verão" novamente aqui na Europa. Nos últimos anos nossas viagens eram basicamente ao Brasil e City trips nos finais de semana. Nada muito relaxante. Queríamos tirar uns dias a mais, passear, curtir uma praia. Esse ano essa oportunidade apareceu nas nossas agendas e agarramos com muita forca. Nosso destino era a Italia: visitar amigos em Bassano e Veneza, de lá ir a Florenca, descer pra Toscana, passar por Cinque Terre, visitar a Dani em Modena, retornar a Bassano del Grappa e voltar pra casa. Apertando muito, seriam 15 dias. E  fomos com o nosso carro pra ter a maior flexibilidade possível.

Partimos numa sexta-feira, mega atrasados e pegamos um transito do cão ainda antes de Nürnberg. Em Munique o negocio ficou feio. Na Austria veio a chuva. E a noite baixou quando chegamos na província do Veneto na Italia. Depois de mais de 12 horas, chegamos finalmente na casa dos nossos queridos amigos Leo e Iana em Bassano del Grappa.
Ficamos la no sábado, domingo fomos a Veneza e segunda partimos pra Citadella e depois Padova(nao se preocupem, farei posts sobre tooodas as cidades com detalhes!).
Padova nos surpreendeu por sua beleza. além de ser um local de peregrinação, a cidade é lindíssima!!
Alugamos uma bike no hotel e demos um giro completo pela cidade, com direito a parada pra aperitivos e sorvete. No jantar, encontramos um local delicioso.

O caso foi que o Schatz, coitado, não perde uma oportunidade de comer camarão fora de casa(uma vez que aqui em casa não tem mesmo! Não como, não cozinho!) e o danado do camarão fez um mal danado pra ele. Foi uma daquelas intoxicações alimentares, que põe em xeque suas crenças e, se realmente algum dia vc será normal novamente. Ele começou a passar mal as 2hs da manha e só parou realmente no dia seguinte. O triste é que nesse meio tempo, tínhamos que ir pra Florença!!
Foram as piores 3 horas de carro dele, coitado. No banco do passageiro, ele não e movia. Só bebia agua e rezava pra chegarmos logo no hotel.
Bom, chegamos salvos em Florença mas, ele estava sem nenhum tipo de condição física, psíquica ou moral pra ir passear. Acabei passeando naquele dia sozinha. E nos outros alternávamos um passeio juntos, com passeio solo e Schatz no hotel.
No nosso ultimo dia em Florença, chegou aquele ponto em que eu refleti muito: será que realmente valeria a pena seguir viagem naquelas condições? Dali pra frente passearíamos muito de carro, pegaríamos praia, fariamos trilhas... E tem que estar 100%, né?
Ele relutou em aceitar minha sugestão de ir pra casa. Combinamos que na manha seguinte (quando partiríamos pra Siena), decidiríamos  espontaneamente se valeria a pena ou não.
Naquela fatidica manha, acordei meio tarde, não fui correr e de repente decidi que ainda dava tempo de visitar uma igreja antes de fazer check-out. Corri pra arrumar minha mala e nesse levanta-pega-estica-puxa-na deixa cair, dei um mal jeito gigantesco nas minhas costas, na região torácica, bem próximo a cervical.
No momento deu aquela dorzinha mas na correria, nem liguei. A tal dor aumentou de uma maneira, que não teve como manter o bom humor e os níveis de amizade. Se ainda havia alguma esperança de ir a Siena, ela estava morrendo arrastada nos cacos de vidro bem ali. 
Decidimos voltar pra casa naquele mesmo dia.

A pergunta principal era: como dirigiríamos 11 horas(sem transito e com boas condições de tempo) naquelas condições físicas? Nossa capacidade de improvisar foi ativada e, colocamos o pé na estrada.
Depois de 2hs, fizemos uma pausa pra comer e, definitivamente eu não tinha a menor condição de dirigir, seria uma irresponsabilidade. O Schatz disse que poderia dirigir mais 2-3 horas e a partir daí, planejamos uma pausa de pernoite. 
Se eu adquiri um item bom nessa viagem, foi um cartão SIM pro celular. Meus amigos, que benção!!!! Graças ao Google maps e ao Booking.com , conseguimos um hotel bom, dentro do nosso orçamento e a apenas 2hs e 20 minutos de onde estávamos, na linda região do Südtirol/Alto Ádige, onde estão as cadeias montanhosas que fazem divisa entre a Italia e a Austria.

Nos deslumbramos com a maravilhosa vista, com a comodidade do hotel, com o maravilhoso restaurante e, de lá decidimos espontaneamente voltar a Bassano, onde minha amiga conseguiu uma consulta de emergência com o osteopata dela pra operar um milagre nas minhas costas. Ainda havia uma esperança de continuar as ferias!

Apesar de todo amor, carinho e atenção que tivemos lá em Bassano, S. Pedro continuou a nos enviar mensagens através das chuvas e da previsão do tempo, que nosso tempo de vida boa já tinha acabado. Visto todos esses sinais, achamos sensato voltar pra casa mais cedo. 
Eu queria MUITO ter ido a todos os lugares que programei e planejei com tanto carinho. Mas não foi desta vez. Tem momentos que temos que saber a hora de tirar nosso time de campo. 

Chegando em casa, achei que teria tempo de resolver um milhão de coisas, inclusive de escrever tudo em detalhes aqui no blog pra vocês. Só que a viagem judiou muito das minhas costas novamente e as dores voltaram. Meu sono desregulou totalmente, como se eu estivesse de jetlag (mas não estou!) e o serviço continua esperando... 

Mas se nao der pra pela direita, pegue a esquerda. E é o que estamos fazendo. Segurem firme por aí que contarei em detalhes esses dias maravilhosos que passamos pela Italia. Meus planos de manter o blog ativo e atualizado estão ainda vivos!!

Além disso, quero contar de todas as minhas outras viagens deste primeiro semestre, que foi um agito só!!



17.6.16

O que está acontecendo com esse tempo??


Fonte: Instagram

Hoje foi mais um clássico dia bipolar. Daqueles que vc realmente não sabe o que faz.
Acordei. Mil planos na cabeça mas, obviamente já atrasada pra aula de yoga. Tinha que resolver mil coisas na rua: feira, supermercado, correios...
Essas coisas típicas de dia-a-dia. Abri o armario e pensei, "o que vestir hoje??" . Olhei ni App do tempo e lá estava uns nada especias 19°. Abri a janela e coloquei a mao lá fora. Fresco foi a conclusão. Olhei para cima e vi um céu cinzento com cara de chuva, nada convidativo. Vesti uma roupinha e coloquei uma capa de chuva.
Vou pra sala pegar minha bolsa(que fica do outro lado do apê) e, qual não é minha surpresa? Sol!
Ah gente! A convivência anda muuuito difícil assim. Difícil mesmo!
1.6.16

Correr em Verona 👟

Da amizade, alegrias e tristezas de uma corrida...

Quem me acompanha lá no instagram e no snapchat, viu que em fevereiro eu estive em Verona pra correr a Giulietta e Romeo Half Marathon.
Essa era uma prova que a muito tempo eu sonhava em fazer. Acho que logo que comecei com as corridas de longa distância, essa foi sempre um dos meus objetivos. 2016 foi o ano que escolhi pra corre-la!
Foi super interessante, pq caiu exatamente no Valentines Day: dia 14 de fevereiro!
Depois de tudo agendado, treinado e esperado, o dia da corrida chegou e fiquei impressionada com a organização italiana!
Foi a minha primeira corrida na Italia e, eu estava ansiosa pra saber com seria!
Os italianos tem uma longa tradição com o atletismo e as corridas de rua. O esporte é levado super a serio lá. Os residentes precisam de atestado medico e afiliação pra poder participar das competições.
 
O local onde foi a feira era relativamente longe do centro(onde também foi a largada), não tao  bem sinalizada(especialmente pra perdida aqui!!) mas, uma vez que encontrei o ginásio foi uma emoção só. Enquanto na Arena onde seria a chegada não havia pórtico nem movimentação de corrida, lá já estava tudo montado e pronto pra receber os corredores!
A feira era bem pequena, com muitos expositores de corridas locais e produtos de corrida italianos apenas. A entrega dos Bibs foi extremamente tranquila, assim como a entrega da camiseta do evento. O kit de corrida foi bem simples. Também fiquei impressionada com a divisão dos blocos de corredores: eu como sou lenta, fiquei no ultimo bloco, que eram daqueles que tinham o objetivo de terminar a corrida acima de 1h 50min!! A italianada tem turbo nos pés!!!!!!
Aproveitei o sábado pra dar uma corridinha pra soltar as pernas e conhecer um pedacinho da cidade que percorreríamos durante a prova com um pouco mais de calma. Aquele trote paquera, pra respirar um ar fresco, baixar a adrenalina e tirar muitas fotos!
 
O tempo estava lindo: o sol pareceu e iluminou as pontes e deu um ar maravilhosamente medieval a todas aquelas pedras, estátuas e monumentos.

Finalmente comecei a acreditar que realmente no domingo teria uma corrida: o pórtico apareceu de repente na praça da Arena!

Fiquei totalmente eufórica quando vi tudo pronto na volta do jantar! Foi aquele momento explode coração, sabe??


O domingo de corrida nao correu exatamente como eu tinha planejado e mentalizado durante as minhas semanas de treinamento: cinza, extremamente frio e chuvoso!!!
Mas eu ainda contava com o melhor dos talismãs: minha amiga linda Iana foi a Verona pra ser minha "coelha"! Ela correu o tempo todo ao meu lado.
Esperei por ela e juntos com toda a "trupe" que estava conosco, fomos a um café onde ela gentilmente me cedeu um saco de lixo, no qual ela fez três furos(cabeça e braços). Aquela seria a nossa proteção contra uma chuva que não parava de cair desde as 6 da manha.
Eu costumo correr com todas as condições de tempo: sol escaldante, neve, chuva, ventania... Mas uma coisa é você estar correndo e começar a chover durante a corrida. Outra é você ja começar a correr com chuva. Os pés ficam molhados, gelados, enchem de bolhas com o tempo. O frio entra dentro das costelas e das espinhas e te gelam a alma. E mesmo com tanto calor no coração, começamos a correr assim: molhadas, geladas e caladas.
Tudo estava correndo super bem até mais ou menos o km5. Lá minha respiração ja deu uma descontrolada. O frio, a ansiedade, o vento, o ritmo forte de corrida começaram já a atacar um pouco minha asma. Mas eu estava ali pra correr com a minha amiga. Eu tinha um objetivo e estava literalmente correndo atrás dele. No km7 aconteceu o pesadelo: pisei em falso numa pedra e, meu quadril esquerdo gritou o que ele já minha sussurrando na semana anterior da corrida: uma dor de lesão. Foi terrível. A dor começou ali e me acompanhou muitos dias depois da corrida. A cada km que passava ela so aumentava. Fui obrigada a parar diversas vezes pra massagear, alongar, andar. Cada parada me provocava um aperto no coração. Meu objetivo se distanciava cada vez mais e a dor só aumentava. No km 14 fiz uma pausa maior: estava muito próxima do centro e da chegada. Eu poderia desistir ali. Desde que eu corri a maratona de Paris machucada e com dores, tinha prometido a mim mesma não correr mais com dor. Aquilo martelava minha cabeça com muita forca.
Só que eu nao queria sentir o amargo da desistência, eu queria passar por aquela Arena e queria minha medalha.
Continuei a corrida, lado a lado com minha "anja". Ela foi excepcional em estar ali ao meu lado. Nestes momentos, percebemos o quanto vale uma amizade. Correr esses 21,1km com ela, passar pelos perrengues, pela dor, pela chuva(que parou pouco antes de chegarmos), por aquela Arena histórica(foi incrível a vibração do lugar, me arrepiou!) e cruzar a linha de maos dadas com ela foi algo realmente priceless! Nada que eu fale ou faça vai poder expressar minha tamanha gratidão.

Aqui, depois das lagrimas de dor e decepção com a minha medalha. Mas extremamente agradecida por não ter desistido!

A novela dessa dor foi muito mais além... Fui diagnosticada aqui na Alemanha com uma bursite no quadril, que me rendeu várias injeções de cortisona, banhos de gelo, dor, anti inflamatórios e uma longa pausa na corrida. Aquele pesadelo na vida de todo corredor. O bom de tudo é que na vida nenhum mal dura  pra sempre. E depois das trevas sempre vem o paraíso. E tudo vai ficar bem no final...